Dra. Sarah Ferreira Costa – Ortodontia

DRA transforma as pessoas.

A Doutores da Amazônia foi um presente na minha vida, eu estava passando por um momento difícil e queria algo para me reconectar com a minha essência e lembrar que eu sou feliz. Sempre gostei muito de projetos sociais, em 2019 me interessei pela ONG quando vi algumas fotos nas redes sociais, acabei me inscrevendo. Sou de Minas, fui para São Paulo numa reunião e depois passei pelo processo seletivo. Então, de lá para cá, já participei de quatro missões. Me encontrei totalmente, hoje sou uma pessoa mais simples. Vi que ali era o meu lugar, a minha turma. Cada missão é um grande aprendizado profissional, pessoal e cultural.

Tenho várias histórias para contar, uma delas aconteceu no Xingu. Eu sempre fico com as crianças e mesmo elas não entendendo nossa língua e tendo costumes diferentes, fazem as mesmas coisas: choram, fazem birra, são carinhosas, surpreendem a gente toda hora. Eu estava extraindo o dente de um menininho que tinha dor e estava muito nervoso. A mãe dele ficou ao lado observando. Em determinado momento, ele começou a forçar o vômito e a espernear, um comportamento típico infantil para chamar a atenção.  Ele queria que parasse o procedimento. Cheguei a pedir ajuda para segurá-lo. Utilizei várias técnicas de contenção, até chegar ao ponto de falar rispidamente com ele: “Chega, parou”. Queria que ele parasse com aquele comportamento para finalizarmos o trabalho. A mãe dele não gostou do meu tom de voz e deu um tapa na minha cabeça. Não acreditei, mesmo indignada, continuei o atendimento e fiz a extração, depois dei um presentinho e o garoto saiu sorrindo. Percebi que a mãe estava envergonhada, me pediu desculpas com o olhar. Isso me tocou muito e naturalmente minha reação foi a de acolhimento. No final saímos todos felizes. As missões mudam vidas, tanto dos atendidos como dos voluntários. Incrível como conseguimos chegar em comunidades distantes e vulneráveis com esse trabalho lindo. Apesar de ser muito cansativo, a gente cria uma força que nem sabia que tinha. Estamos ali, em total doação, isso é transformador. Se mais pessoas pudessem se dedicar ao voluntariado, acredito que a saúde seria mais humanizada e estaríamos em outro patamar. É simples assim: tem o antes e depois da DRA.